quando racionalizas qualquer coisa, és capaz da mesma forma de chegar a conclusões opostas

quando a cena faz parte do emocional, só há uma única forma e sentido para onde as respostas convergem

uma resposta emocional é muito mais verdadeira e menos corrompida que uma racional.
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Quantas pessoas são capazes de dizer que sabem a real dimensão do seu eu?
A diferença entre o criar oportunidades, e simplesmente segui-las está justamente na noção daquilo de que se é capaz. De ser capaz de fazer tudo aquilo que realmente queremos.

Tirar medidas é perigoso.
Mas para que viver sem sentir o gosto do sangue na boca depois de correr por kilometros? Sem perder o caminho para um certo lugar. Sem partir sem rumo nem plano?
Para que sem arriscar?

Mais perigoso que tirar medidas, é viver sem as tirar. É viver sem errar, é viver sem viver.

O tamanho de um homem não está naquilo que ele é, mas naquilo que ele faz e na medida que tem de si mesmo.
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Já tenho o livro sobre bagos e folhas, a coragem para ir para o alaska, e a vontade.
Só falta queimar o $ e esperar encontrar um autocarro amarelo.

"If you want something in life, reach out and grab it."

A forma mais pura de humanidade que é uma criança é capaz sem esforço de fabricar um sentimento. Com facilidade sabe chorar para manipular o mundo à sua volta, mas ainda assim chora. E sempre quando se chora, se sofre.

Quais os sentimentos que podem ser simulados, e quais os que não podem?
Será que o que sentimos é aquilo que queremos/precisamos a cada determinado momento?

Apesar de perdermos a inocência, ganhamos a inabilidade de fabricar sentimentos quando já não somos mais pequenos. Isso é bom.

Saberes o tudo que podes ser, saberes o que podes deixar de ser.
Saberes como o podes fazer, saberes como o podes fazer sem saber.
Saberes que és capaz de o fazer, e fazeres sem pensar que és capaz de o fazer.

"On the way to find what we love, we find everything we hate, everything that blocks us from our desire." Waking life.
..ainda há a teimosia de querer ver as coisas como melhores do que elas o são e provam ser na realidade. Que espécie de inteliência...
Toda a gente que anda por ai tem um rumo, um sentido ou uma direcção.
Quem não tem e procura, facilmente encontra as respostas que quer.

Acho que já dediquei mais que o tempo suficiente pra ganhar um ground support que me permitisse ir além da questão, mas aparentemente tudo continua igual portanto vou esboçar duas ou 3 hipóteses aqui.

Ou as pessoas se resignam.
Ou se enganam. Ou enganam os outros.
Ou realmente aquilo que eu procuro é completamente diferente de todos os outros.

Será que o simples acto de procurar algumas respostas, afasta-las cada vez mais, como uma cenoura a frente do burro? Acho que sempre que me procuro em debruçar sobre uma questão, há um mecanismo cósmico que se assegura que é algo que não tem resposta.

Muitos do que escrevo comeca porque me irrito com as conversas que tenho e com as coisas que oico as vezes.

É certo que não sou o dono da razão, mas porque me permito um certo distanciamento daquilo que eu mesmo penso, tenho um discernimento que vejo raramente na generalidade das pessoas.


Hoje em dia vive se de forma artificial, arrumam se as ideias em gavetas que depois ainda por cima são etiquetadas.
E depois ainda me dizem que a minha forma caotica de lidar com o mundo e de o interpretar como um lugar sem ordem expecifica tem de me trazer um beneficio qualquer. mas para que?

Porque é que tem de haver sempre uma vantagem, e uma segunda intenção em tudo?

Porque é que não se aceita o mundo tal como ele é, complexo, difícil e caotico?

Será que não é muito mais fácil por exemplo (assim só por exemplo mesmo) ser feliz quando se encontra por acaso um estado/situação rara e de que não se estava a espera pela sua improbabilidade?

É fácil concluir com esta ordem de ideias que com tudo definido e organizado todos os momentos bons são comprados a prazo.

É certo que foi de um conjunto infinitamente grande de caos que aconteceu alguma ordem (atomos que se juntam, formam materia, bla bla bla, estruturas organizadas). Todo o caos cria ordem eventualmente, e toda a ordem tende ao caos.

Uma cabeça desorganizada, mas com a percepção de que ela e o mundo são desordem está provavelmente... (não acabei a fraze de proposito, cada um junta o que quiser no fim da frase.)
Acho que grande parte da abordagem que tenho no blog tem a ver com uma certa tentativa de auto-definição.

Recentemente entrei em contacto com a filosofia budista, que me parece interessante por fazer sentido de diversas formas, e uma das suas características é a procura da não definição.

Cada ser ou entidade está inevitavelmente em permanente mudança, mesmo que esteja num patamar de existência semelhante ao de um deus. Ou seja, mesmo um deus tem um problema inerente à sua condição em virtude da premissa de mudança constante a que está também sujeito, e nesse caso necessariamente vai ter de mudar para um estado pior.

O nirvana é o fim deste ciclo de alterações e mudanças, pois é um fim absoluto de existência, seja em que plano for, e é esse o patamar mais desejado na filosofia budista.

Tenho durante 24 anos procurar perceber e definir o que sou. Se calhar é tempo de experimentar o contrario, e me parece que é um exercício muito mais complexo e desafiante. Vamos ver.

Ouço muitas vezes por ai um tipo falar para o outro, e pah, tens muito potencial que estas a disperdiçar.

Eu próprio já fui alvo de semelhantes comentários por mais que uma vez e por isso deixo aqui manifesto o seguinte pensamento.

Antes de mais potencial é aquilo que o elástico tem. Eu não tenho de todo potencial, e no mínimo poder-se-ia dizer que o que tenho já foi utilizado.

Não nasci com potencial, e o potencial não aparece por obra e graça de sabe se lá o que. Aquilo que sou é fruto de um esforço e trabalho, e não porque eu tenho potencial.

Porque se fosse assim acho que já tinha por certo esgotado o meu potencial (já que se existe à partida, tem de ser finito) e não me parece que eu seja uma obra acabada.

Não tenho potencial nenhum, mas melhor que isso tenho a habilidade de modelar aquilo que quero ser.